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Cuidar do meio ambiente vai além de preservar a natureza — é também uma forma direta de proteger a saúde da população. Por isso, o Mato Grosso Saúde participa ativamente do Junho Verde, campanha nacional de conscientização ambiental, trazendo informações relevantes sobre como práticas simples do dia a dia podem contribuir para o bem-estar coletivo, especialmente no que diz respeito à saúde respiratória.

O pneumologista Ronaldo César Barros destacou a importância do mês, principalmente por abordar temas urgentes como a poluição do ar e seus impactos diretos na saúde. Segundo ele, é essencial ampliar a compreensão de como a degradação ambiental afeta o sistema respiratório.

"No ar que nós respiramos há diversos materiais particulados que, ao serem inalados, entram pelas vias aéreas. Poeira, fuligem, partículas finas de queimadas, emissões de veículos e da indústria, além de ozônio — formado por reações químicas entre poluentes na presença da luz solar — estão entre os principais poluentes", explicou o médico.

Essas partículas, segundo o especialista, provocam reações inflamatórias em todo o trato respiratório, afetando especialmente pessoas com doenças pulmonares pré-existentes.

"Pacientes asmáticos ou com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), quando expostos a esses poluentes, podem sofrer crises respiratórias. Nesta época do ano, é comum haver aumento de atendimentos de emergência por conta dessas exacerbações", afirmou Barros.

Ele alertou ainda que em cidades grandes e mais poluídas, os problemas respiratórios estão diretamente ligados à má qualidade do ar. Embora o tabagismo seja o principal fator de risco para o desenvolvimento da DPOC, a exposição prolongada à poluição atmosférica e à queima de biomassa também são causas importantes.

"As crianças e os idosos são os grupos mais vulneráveis à poluição do ar e mais propensos a desenvolver quadros respiratórios agudos", acrescentou o especialista.

Apesar dos desafios, o pneumologista acredita que ações individuais podem fazer a diferença. Ele recomenda o uso de meios de transporte mais sustentáveis como uma medida eficaz para reduzir a emissão de poluentes.

"Evitar veículos movidos a combustíveis fósseis, dar preferência a bicicletas, carros elétricos ou ao transporte público. Além disso, é fundamental evitar queimadas em áreas rurais, residências ou chácaras, e adotar a coleta seletiva como prática regular", orientou.

Para ele, a prevenção passa também pela implementação de políticas públicas ambientais, como regulamentações sobre emissões de gases, incentivo ao uso de energias limpas (como solar e eólica), reflorestamento e conservação de áreas verdes.

"É preciso combater o desmatamento, garantir o descarte adequado de resíduos — inclusive os químicos — e investir em programas de coleta seletiva. A médio e longo prazo, essas ações podem reduzir significativamente os níveis de poluição que enfrentamos atualmente", finalizou.

O objetivo do Junho Verde é sensibilizar a população sobre a importância de preservar o planeta. A campanha promove uma série de atividades, como palestras, ações educativas, plantio de árvores, limpeza de espaços públicos e estímulo à redução do consumo de água, energia e recursos naturais.