Combater o colesterol alto é uma necessidade cada vez mais presente no dia a dia dos brasileiros. Isso, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), a partir da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2019), que aponta que cerca de 14% da população brasileira (acima dos 18 anos) relataram o diagnóstico de colesterol elevado. A preocupação é tão grande que o Dia Nacional do Combate ao Colesterol é realizado nesta sexta-feira (08) como forma de conscientização e alerta da doença.
Na maioria dos casos, o colesterol alto é uma condição silenciosa, sem sintomas diretos. E esse é justamente o maior perigo, onde muitas pessoas descobrem o problema somente quando sofrem um infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC).
A cardiologista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Associação Médica Brasileira, doutora Angélica Carvalho Moya, conta que histórico familiar de doenças cardíacas precoces, pressão alta, diabetes, excesso de peso, má alimentação e sedentarismo são frequentemente subestimados. Por isso, o acompanhamento médico e os exames de rotina são fundamentais, mesmo para quem se considera saudável.
Ela explica que o colesterol tido como “bom”, chamado HDL, ajuda a remover o excesso de gordura das artérias. Já o colesterol “ruim”, o LDL, em excesso, vai se depositando nas paredes das artérias, favorecendo a formação de placas que podem obstruir o fluxo sanguíneo. Quando há muito LDL e pouco HDL, esse desequilíbrio aumenta o risco de infarto, AVC e outros problemas cardiovasculares. O objetivo é manter níveis adequados de ambos, mantendo as artérias saudáveis.
Um dos erros mais frequentes é acreditar que basta cortar alimentos gordurosos para controlar o colesterol. A verdade é que a qualidade geral da alimentação importa mais do que eliminar um único nutriente.
"Outro equívoco comum é focar só em alimentos light ou sem colesterol, ignorando o impacto do consumo excessivo de carboidratos simples e alimentos ultraprocessados, que também aumentam o risco cardiovascular", detalha a especialista, argumentando ainda que mudanças isoladas, sem prática de atividade física e controle do peso, geralmente têm efeito limitado.
A recomendação é que a dosagem de colesterol total e suas frações (LDL, HDL e triglicerídeos) seja feita a partir dos 10 anos de idade em crianças com fatores de risco ou até antes, por exemplo, se a criança está obesa, e, no máximo, até os 20 anos em indivíduos saudáveis.
Para adultos, o acompanhamento deve ser anual ou conforme orientação médica. Quanto mais cedo identificamos alterações, mais chances temos de intervir antes que haja complicações. Esse cuidado é ainda mais importante para quem tem histórico familiar de doenças cardiovasculares precoces.
O tratamento com medicamentos, como as estatinas, é indicado quando há risco cardiovascular (conforme avaliação médica) ou quando as mudanças no estilo de vida não foram suficientes para atingir os níveis adequados de colesterol. Em casos de histórico familiar de hipercolesterolemia, diabetes ou doenças cardíacas, muitas vezes o uso de medicação é necessário desde o início.
"A longo prazo, é fundamental o acompanhamento médico regular, para ajustar doses, monitorar efeitos colaterais e reforçar a adesão ao tratamento e às mudanças no estilo de vida", comenta a médica.
As políticas públicas são fundamentais para promover ambientes que favoreçam escolhas saudáveis, como o acesso à alimentação de qualidade, espaços para prática de atividade física e campanhas de conscientização.
"A educação em saúde, desde a infância, é uma estratégia poderosa para mudar comportamentos e prevenir doenças crônicas. O controle do colesterol não depende apenas do indivíduo, mas de um esforço coletivo que inclui profissionais de saúde, escolas, mídia, governo e toda a sociedade", finaliza Moya.
Sabendo de todos esses cuidados necessários, o MT Saúde oferece uma rede de credenciados, por meio do Guia Médico disponível no site do Instituto, para dar todo apoio aos seus beneficiários, permitindo que tenham contato direto com consultórios, clínicas e hospitais, onde os médicos poderão colaborar providenciando encaminhamento e acompanhando de perto cada caso como único. Procure um médico, realize os exames necessários e mantenha a saúde em dia.