Este mês é dedicado à Campanha do Agosto Dourado, para conscientização sobre o Aleitamento Materno, que traz benefícios comprovados tanto para o bebê quanto para a mãe. Para o pequeno, o leite materno é um alimento completo, com todos os nutrientes necessários, além de conter anticorpos que fortalecem o sistema imunológico, protegendo contra infecções respiratórias, gastrointestinais e doenças alérgicas.
A campanha têm papel essencial na conscientização, educação e quebra de tabus relacionados à amamentação. Elas ampliam o acesso à informação qualificada e incentivam o apoio institucional e familiar à mãe que amamenta.
De acordo com o mastologista Luciano Florisbelo da Silva, ele observa que essas campanhas informam e fortalecem o vínculo entre profissionais de saúde e pacientes. Além disso, ao estimular o debate público, elas ajudam a construir uma rede de apoio à lactante, desde o hospital até o ambiente de trabalho, com a criação de políticas de licença-maternidade, salas de amamentação e incentivo ao aleitamento nos primeiros mil dias de vida.
Do ponto de vista mastológico, a amamentação também tem efeitos positivos na saúde da mulher. Estudos mostram que mulheres que amamentam por mais tempo têm menor risco de desenvolver câncer de mama, especialmente se a amamentação ocorrer de forma prolongada (acumulada por mais de 12 meses ao longo da vida).
Isso ocorre porque a amamentação reduz a exposição aos hormônios estrogênicos e induz a diferenciação celular das glândulas mamárias, o que torna o tecido menos suscetível a alterações malignas. Ele ainda conta que os primeiros seis meses de vida são fundamentais para o desenvolvimento do sistema imunológico e neurológico do bebê.
A amamentação exclusiva, sem introdução de água, chás ou outros alimentos, garante nutrição ideal e proteção imunológica, pois o leite materno contém imunoglobulinas, especialmente a IgA secretora, que atua diretamente nas mucosas.
"Do ponto de vista clínico, esse período também é essencial porque o trato gastrointestinal do bebê ainda está em maturação. O leite materno fornece enzimas digestivas e promove o crescimento de uma microbiota intestinal saudável, o que reduz significativamente o risco de alergias, intolerâncias e infecções", comenta o especialista, apontando ainda que estudos indicam que a amamentação exclusiva até os seis meses está associada a menor risco de obesidade e doenças crônicas na vida adulta.
Os primeiros dias de amamentação podem ser desafiadores. Os problemas mais comuns incluem fissuras mamilares, geralmente causadas por pega incorreta; ingurgitamento mamário, que é o acúmulo de leite por produção excessiva ou esvaziamento inadequado; e mastite, uma inflamação, geralmente infecciosa, que pode causar dor, vermelhidão, febre e mal-estar.
Florisbelo ressalta que o médico mastologista tem papel fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento dessas complicações. A orientação precoce sobre a pega correta, posições adequadas para o bebê e técnicas de esvaziamento da mama ajudam a evitar essas intercorrências.
"Quando há sinais de infecção, o diagnóstico clínico e o início rápido do tratamento com antibióticos seguros para a amamentação são fundamentais para preservar a continuidade do aleitamento", explica o médico.
Antigamente, recomendava-se o “preparo das mamas” durante a gestação, com massagens, uso de buchas e até exposição ao sol. Hoje, essas práticas estão superadas pela evidência científica.
Atualmente, a orientação é mais voltada à informação e acolhimento: é importante conversar com a gestante sobre o funcionamento das mamas, a importância da pega correta e como lidar com os primeiros dias após o parto. A única avaliação física relevante durante o pré-natal é a observação de mamilos invertidos severos, que podem dificultar a pega e, nesses casos, um acompanhamento especializado é indicado.
Ele encerra dizendo que há casos em que o aleitamento materno não é possível ou recomendado, e que existem situações específicas em que a amamentação pode ser contraindicada, como em mães infectadas por HIV (em contextos onde o acesso à fórmula é seguro), doenças graves que impeçam o cuidado com o bebê, uso de determinadas medicações incompatíveis com a lactação ou até em casos de complicações mamárias graves.
"Nessas situações, o papel do mastologista é acolher a mãe, orientar quanto às alternativas seguras de alimentação infantil (como fórmulas apropriadas) e reforçar que o vínculo com o bebê vai muito além do leite. O contato pele a pele, o olhar, a voz e o carinho permanecem essenciais para o desenvolvimento emocional da criança", conclui ele."
Por isso, é importante ressaltar que é necessário criar um ambiente onde a mulher não se sinta culpada. Cada jornada é única, e o apoio médico deve ser humano, respeitoso e individualizado. O MT Saúde oferece uma rede de credenciados que pode dar todo o apoio necessário, conforme cada necessidade e dificuldade encontradas nesse momento tanto da mulher quanto do bebê.