No Dia Nacional do Diabetes, celebrado nesta quinta-feira (26), a sociedade é lembrada pelo Mato Grosso Saúde da importância de prevenir e tratar a doença, além de adotar medidas de cuidado contínuo para aqueles que já convivem com ela. De acordo com a pesquisa publicada pela revista científica The Lancet, 445 milhões de adultos com diabetes (tipo 1 e 2) não receberam o tratamento adequado em 2022. Esse número corresponde a 57% dos 828 milhões de casos de diabetes diagnosticados globalmente.
A endocrinologista Mariana Ramos destaca que a data é um marco essencial para disseminar informações sobre a doença, que afeta milhões de brasileiros e tem implicações sérias para a saúde pública.
"É uma oportunidade de reforçar a importância do diagnóstico precoce, do controle adequado e da adoção de hábitos de vida saudáveis para prevenir complicações. Muitas pessoas ainda desconhecem que têm diabetes, e informar é o primeiro passo para mudar essa realidade", explicou a especialista.
Ela alertou ainda sobre a grande quantidade de mitos que cercam a doença, um dos mais comuns sendo a ideia de que o diabetes só afeta pessoas com sobrepeso. "Isso não é verdade — fatores genéticos e autoimunes também desempenham um papel importante, especialmente no diabetes tipo 1", afirmou.
Outro equívoco comum é a crença de que quem tem diabetes nunca mais poderá comer doces. "Na realidade, o que realmente importa é o equilíbrio e o planejamento alimentar, com o acompanhamento de um profissional", pontuou Ramos.
A médica também ressaltou que não é correto interromper o tratamento apenas porque os sintomas melhoraram. O diabetes exige acompanhamento contínuo, e muitos acreditam erradamente que o uso de insulina causa dependência.
"Isso não é verdade: a insulina é um hormônio natural do corpo, e seu uso não vicia nem causa dependência. Em muitos casos, principalmente no diabetes tipo 1, a insulina é fundamental para controlar a doença e garantir uma vida saudável", afirmou.
A especialista destacou ainda que grande parte dos casos de diabetes só é descoberta em estágios avançados da doença, quando complicações graves já se manifestam. Isso ocorre, principalmente no diabetes tipo 2, que pode evoluir silenciosamente por anos.
"Muitas vezes, os sintomas são leves ou confundidos com outras condições, como cansaço ou infecção urinária recorrente. Assim, o diagnóstico só ocorre quando surgem complicações mais graves, como infarto, AVC, problemas renais ou infecções de difícil cicatrização", explicou.
Devido a isso, a endocrinologista reforça a importância de exames periódicos, especialmente para pessoas com fatores de risco, como obesidade, sedentarismo, histórico familiar de diabetes e hipertensão.
O controle adequado da doença tem impactos positivos no organismo como um todo, prevenindo complicações graves como problemas cardiovasculares, renais, neurológicos e oculares, além de melhorar a qualidade de vida e a expectativa de vida do paciente.
"Quando a glicemia está sob controle, o organismo funciona de maneira mais equilibrada, e o risco de infecções e internações diminui. O cuidado com o diabetes é, portanto, um cuidado com a saúde como um todo", ressaltou ela.
A médica também alertou sobre os cuidados essenciais que devem ser seguidos por quem já tem diabetes e por aqueles que ainda não desenvolveram a doença, mas que estão em risco.
"Para quem já tem diabetes, é fundamental manter o acompanhamento médico regular, controlar os níveis de glicemia, adotar uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, cuidar da saúde mental e, em alguns casos, utilizar medicamentos ou insulina conforme prescrição", explicou a endocrinologista.
Ainda de acordo com Ramos, a prevenção é o melhor caminho para quem não tem diabetes. "Manter um peso saudável, evitar o sedentarismo, reduzir o consumo de açúcar e ultraprocessados, e realizar exames de rotina. O estilo de vida tem um papel essencial tanto na prevenção quanto no tratamento", concluiu.
A prevenção do diabetes, especialmente do tipo 2, depende da adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e controle do peso. Além disso, é fundamental evitar o consumo excessivo de açúcar, álcool e tabaco, e realizar exames periódicos para detectar a doença precocemente.