Sabe quando o coração tem dificuldade para bombear o sangue para todo o corpo, gerando sintomas como cansaço, tosse noturna e inchaço nas pernas ao final do dia? Isso é insuficiência cardíaca. Como forma de conscientização no Dia Nacional de Alerta à Insuficiência Cardíaca, celebrado nesta quarta-feira (09), o Mato Grosso Saúde destaca que essa condição é mais comum em pessoas com pressão alta, mas também pode ser causada pelo estreitamento das artérias, o que dificulta a passagem e distribuição adequada do sangue.
Dentro desse contexto, o cardiologista Alexandre Martins de Oliveira ressalta que a insuficiência cardíaca compromete significativamente a qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença. Ele reforça a importância tanto da prevenção quanto do tratamento adequado.
"Entender que é uma doença grave e, se ela não for bem tratada, pode levar ao óbito e também diminuir a qualidade de vida da população, da pessoa que tem, e isso começa a limitar a pessoa nas coisas básicas do dia a dia. É muito importante que a pessoa se conscientize de fazer o tratamento correto para tentar manter a sua qualidade de vida e também prevenir casos mais graves, podendo chegar até o óbito", contou o médico.
Por isso, é fundamental estar atento aos principais sintomas da insuficiência cardíaca:
Cansaço progressivo, inicialmente ao fazer esforços como subir escadas ou caminhar, podendo surgir até mesmo em repouso;
Sensação frequente de falta de ar;
Dor ou desconforto no peito;
Tosse excessiva durante a noite;
Inchaço nas pernas, tornozelos ou pés;
Palpitações e calafrios;
Inchaço abdominal;
Palidez;
Dificuldade para dormir com a cabeceira baixa.
A insuficiência cardíaca pode se manifestar de forma progressiva, sendo a falta de ar o sintoma mais comum. O cardiologista explica que a evolução pode começar com esforço físico intenso, passando para atividades moderadas e, em casos mais graves, ocorrer até mesmo em repouso.
Ele cita o caso de uma paciente que apresentou falta de ar ao pentear os cabelos, uma atividade simples para muitas pessoas, mas que, para ela, se tornou difícil de executar. Isso demonstra a importância do acompanhamento médico regular e da atenção aos sinais que o corpo apresenta.
"Lógico que tem alguns outros sintomas associados, como inchaço nas pernas e tornozelos, algumas alterações nos batimentos cardíacos. Batimentos cardíacos um pouco mais acelerados, irregulares podem ficar, então é sempre bom. Tem alguma coisa incomodando, algum sinal diferente, procurar o seu médico, fazer seu check-up regular, para, caso tenha alguma patologia, começar o tratamento o mais precoce possível, melhorando assim a qualidade de vida da pessoa", explicou o especialista.
Oliveira reforça que seguir o tratamento corretamente, tomar os medicamentos de forma adequada e manter o acompanhamento médico são atitudes essenciais. Segundo ele, é comum que pacientes digam frases como "estou tomando o medicamento, mas não estou me sentindo bem", ou "minha pressão está baixando, estou ficando tonto", e, por conta disso, interrompam a medicação sem a orientação de um profissional, o que pode agravar a condição.
"Nós vemos algumas complicações, desestabilizações da doença, justamente porque a pessoa não se sente bem. Ao invés de procurar o médico, ela para de tomar a medicação por conta própria e acaba tendo complicações da doença. Fazer o uso do tratamento correto, seguir as orientações do seu médico, cuidar da alimentação, evitar alimentos gordurosos, evitar alimentos muito salgados, tudo isso vai contribuir para melhor adaptação, tratamento e controle da doença”, completou o cardiologista.
O doutor ainda aponta para que seja evitado alimentos industrializados, assim como cessar tabagismo, isso porque o cigarro vai prejudicar tanto a parte cardíaca como a parte pulmonar, que é uma das grandes complicações da insuficiência cardíaca quando ela desestabiliza, e procurar alguma atividade física dentro da sua possibilidade.
A prática de atividade física regular, respeitando os limites individuais, também é recomendada. Caminhadas, natação e corridas leves podem ser indicadas, desde que haja acompanhamento médico, pois os graus de insuficiência cardíaca variam entre os pacientes.
Ele finaliza reforçando a importância da detecção precoce: quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de controlar a doença e preservar a qualidade de vida.
"Fazer o acompanhamento regular, visitar o seu médico, fazer os exames, fazer o check-up, sempre informar se está tendo algum desconforto, algum sintoma para o seu médico, evitar omitir informações, porque algo que às vezes parece simples pode ser um sinal de alerta que nos faz pensar em alguma determinada patologia ou alguma complicação", conclui o especialista.
Dessa forma, o acompanhamento regular com um médico é essencial tanto para a prevenção quanto para o tratamento correto da insuficiência cardíaca. Procure um especialista e mantenha seu acompanhamento em dia, garantindo uma vida mais saudável ao lado de seus familiares e amigos.
