Com a frente fria que está em Mato Grosso e deve se estender até quase o final da primeira semana de julho, é fundamental redobrar os cuidados com a saúde, especialmente de crianças e idosos. Nessa época, aumentam as crises respiratórias por causa do frio e do ar seco.
Segundo o Instituto Clima Tempo, as temperaturas em grande parte do estado devem permanecer abaixo dos 30 °C, voltando a subir apenas no próximo fim de semana. A frente fria torna o ar mais denso, o que ajuda os vírus a se espalharem, e muitas pessoas acabam mantendo portas, janelas e sacadas fechadas.
Além disso, ao buscar casacos guardados por meses, a pessoa pode expor-se novamente a ácaros acumulados no tecido. O médico pneumologista Ronaldo Barros alerta que essa mudança favorece a circulação de vírus respiratórios como influenza e vírus sincicial.
“Esse casaco, muitas vezes, está cheio de ácaros e, na hora em que a pessoa usa, acaba inalando e isso pode desencadear crise. Quem já tem asma ou DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), ao entrar em contato com esses alérgenos ou vírus, tem risco maior de crise respiratória”, explica o pneumologista.
Para proteger a saúde nesse período, o ideal é adotar medidas preventivas antes mesmo da frente fria se intensificar:
Higienizar casacos e cobertores – lave ou areje as peças antes de usá-las para eliminar acúmulo de poeira e ácaros;
Manter o corpo bem hidratado – o ar frio e seco irrita as vias aéreas, e hidratação ajuda a evitá-lo;
Usar umidificadores com moderação, especialmente em quartos, para evitar irritação respiratória;
Evitar ambientes com alta umidade sem ventilação, como carpetes, tapetes e cortinas úmidas;
Vacinação em dia – contra influenza e pneumococo (causador comum de pneumonia), é essencial para reduzir complicações.
“Os sintomas após o fim da frente fria não têm um tempo exato para desaparecer, mas ainda podem persistir. A frente fria também pode desencadear uma crise de asma, que pode durar até duas semanas”, reforça Barros.
Ele recomenda atenção aos sintomas: tosse persistente, chiado no peito, falta de ar ou sensação de opressão. Esses sinais podem durar uma ou duas semanas mesmo após o fim do frio.
“É importante que a população tenha consciência de situações agudas, como tosse persistente, falta de ar e sensação de opressão no peito. O paciente, ao apresentar esses sintomas, especialmente se houver febre, deve procurar atendimento médico. Isso porque o especialista poderá examinar, avaliar a presença de chiado no peito, o que pode indicar um broncoespasmo ou até mesmo uma crise aguda de asma, para que o quadro seja devidamente identificado e tratado de forma adequada”, completa o especialista.
A frente fria traz queda brusca de temperatura, vento e chuvas. Se atentar a esses sinais e seguir cuidados simples faz toda a diferença para manter a saúde de toda a família nestes dias.