Levantamento recente do Ministério da Saúde mostra que uma em cada cinco pessoas é obesa e que mais da metade da população das capitais brasileiras está com sobrepeso. Na avaliação do gastroenterologista credenciado ao plano MT Saúde pela Clínica Vida Diagnóstico e Saúde, Marcondes Costa Marques, o problema, talvez, comece pela dificuldade em entender que a obesidade é, sim, uma doença crônica.
Segundo o especialista, em termos médicos, a obesidade é definida como um depósito de excesso de gordura que prejudica a saúde. O Índice de Massa Corporal (IMC) é um dos parâmetros usados para diagnosticar se o indivíduo tem ou não excesso de peso ou obesidade, mas o especialista alerta que não é o único.
Além do IMC, outros fatores podem ser analisados para confirmar o diagnóstico da obesidade, como, por exemplo, o histórico familiar, a evolução do peso, hábitos alimentares, índice de gordura no corpo (medido pelos exames de densitometria de corpo total e bioimpedância), bem como outros exames clínicos e de sangue.
“A obesidade é uma doença multifatorial, em que fatores genéticos, metabólicos, sociais, psicológicos e ambientais estão envolvidos”, ressalta Marcondes.
“Mas o indivíduo pensa, na maioria das vezes, que a culpa é somente dele, e associa o excesso de peso à falta de força de vontade. Acha que remédio pode não ser a solução, que a cirurgia, em si, não tem serventia para ele. Então, dificilmente essa pessoa vai buscar ajuda médica”, acrescenta.
Conforme o médico, o excesso de peso pode não provocar sinais e sintomas antes de chegar aos graus 2 e 3, assim como ocorre com doenças como hipertensão e diabetes, cujos sintomas nem sempre aparecem nas fases iniciais. No entanto, mesmo nos estágios iniciais, a obesidade pode ser um agravante para outras doenças, como o surgimento de artrose no longo prazo devido à sobrecarga da coluna e dos membros inferiores.
O acúmulo de gordura no organismo também aumenta o risco de doenças como hipertensão arterial, aumento do colesterol e triglicérides, diabetes, apneia do sono, acúmulo de gordura no fígado, infarto do miocárdio, AVC e pode estar associado ao surgimento de alguns tipos de câncer.
Os prejuízos do excesso de peso também trazem reflexos para as relações pessoais e profissionais, já que pessoas com obesidade são
mais propensas a desenvolver depressão e ansiedade, completa o especialista.
Tratamento
A melhor forma de tratar a obesidade é adotar mudanças no estilo de vida, com uma dieta menos calórica aliada a um programa de exercícios físicos, sempre sob a supervisão de um profissional.
O uso de medicamentos também pode ser feito, desde controladores de apetite até os que reduzem a absorção de gordura pelo organismo.
Para os casos mais graves, Marcondes salienta que pode ser recomendada a cirurgia bariátrica, especialmente para quem possui o IMC acima de 35 e doenças associadas à obesidade, bem como para os pacientes que têm IMC acima de 40 e não conseguem emagrecer com outros tratamentos.
“Em todos os casos, o acompanhamento médico regular é fundamental”, afirma.
Prevenção
Marcondes ainda observa que a obesidade é uma doença que pode ser prevenida e combatida. “A doença pode ser evitada desde a infância, com a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de esportes ao longo da vida”, completa o médico.
Dr. Marcondes Costa Marques é médico credenciado ao plano MT Saúde, especializado em Cirurgia do Aparelho Digestivo, Cirurgia Geral, Gastroenterologia, e integra a equipe da Clínica Vida Diagnóstico e Saúde.